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Posted: 6 Aug, 2022 @ 7:39pm

Tendo completado agora pouco 100%, posso dizer que é simplesmente um dos melhores FPS e jogos Indie dos últimos tempos.

Considerando que foi feito por uma pessoa apenas, que é David Szymanski e na complicada Unity, é espetacular o que conseguiu ser produzido.

A homenagem direta ou indireta a jogos antigos como a movimentação e os gráficos inspirados em Quake, a temática de culto de Blood, castelos e catacumbas medievais de Thief, a Akimbo e os Jump Pads de Rise Of The Triad e é claro, a Super Shotgun de DOOM 2. Tudo isso faz com que o jogo seja familiar para quem jogou estes clássicos mas ainda assim oferece sua experiência própria.

O primeiro episódio é o melhor exemplo disso, com a área rural inspirada de Redneck Rampage com inimigos mais fáceis com ataques previsíveis, como os Leathernecks com motosserras e os cultistas que são basicamente os Imps do DOOM. O Level Design também é mais simplificado e nada tão ousado, o que não quer dizer que é ruim, muito pelo contrário, é excelente como introdução.
Menção especial a "Old Time Religion" que é simplesmente o Level mais bonito do jogo, o céu avermelhado com a capela no morro e a árvore do lado junto com a música é fantástico.

O segundo episódio é quando a dificuldade aumenta e o jogo começa a ser mais ousado no Level Design e também adiciona elementos de terror. As indústrias cinzas com sons de maquinaria, um moedor gigante batizado de "A máquina infernal", um laboratório com arquitetura abstrata, um reator gigantesco, um outro laboratório porém no céu e uma escavação com ruínas medievais antigas. É simplesmente impressionante o nível de criatividade e de grandeza que o episódio atinge. O laboratório abstrato "Escher Labs" certamente é a fase mais icônica desse episódio.

O terceiro episódio é o ápice do jogo. É o resultado de toda a construção que o jogo fez até então que mostra catedrais, catacumbas, ruínas antigas e locais do fundo da memória do protagonista que lidam ao confronto final Lovecraftiano. As mais memoráveis é certamente "Homecoming", "Crypt of the Flesh" e a última fase apropriadamente nomeada "Dusk".

Além disso tudo, a história é contada apenas pelo cenário e alguns comentários que aparece na tela do Dusk Dude (o protagonista) e também as falas de voz grave que pode ser ouvido ocasionalmente, que além de ser uma homenagem a jogos como Quake que também aparecia textos na tela com os pensamentos do personagem, é mais do que apropriado a esse tipo de jogo.
"Old Time Religion" deve ser um dos melhores exemplos. Após pegar a chave amarela e abrir a porta da capela, você se encontra com cultistas e uma cruz caída no chão e no lugar onde ela deveria estar, está o "D" do culto. Simbolizando tanto o nome da fase, "Religião dos velhos tempos" que é tanto a cristã quanto a do culto que aparentemente é mais velha do que a cristã, quanto também simboliza como o culto se apropriou da cultura local para executar seus planos.

A música, composta por Andrew Hulshult, varia de ambiência calma, Metais com riffs pesados e até terror! Cada fase tem "duas versões" da mesma música, uma calma e uma agressiva para cada momento da fase. Inspirada claramente nos clássicos, os metais de DOOM, Quake, Quake 2, os temas de ambiência e terror de DOOM 64 e Blood.
Andrew Hulshult é tão bom e tão foda, que foi ele que fez as músicas da DLC Ancient Gods de DOOM Eternal, sucedendo Mick Gordon. Sim, a própria Id Software soube do trabalho dele e o pôs a ser o líder principal da música de DOOM.

As armas são ótimas! Porém infelizmente, não muito únicas exceto algumas.
- As pistolas com o Akimbo é bem remanescente de Rise Of The Triad e são ótimas para ratos e soldados.
- As escopetas tiradas diretamente de Exterminador do Futuro 2 tendo até a giradinha clássica do Schwarzenegger é simplesmente satisfatória.
- A Super Shotgun é a Super Shotgun, ou seja é efetiva pra cacete.
- A metralhadora tem um design meio estranho porém é boa para simplesmente sentar o dedo.
- O rifle tem um zoom ótimo é incrível para lidar com certos inimigos, os matando com poucos tiros.
- A besta que atira flechas mágicas que atravessam inimigos e paredes, sendo realmente a arma mais original.
- Um "morteiro" que é um lança granadas parecido com o do Quake, com habilidade de explodir as ogivas quando quiser com o botão direito.
- A "Riveter", que é um lança-foguete automático e a "BFG" do jogo.
- A espada que tem um ataque extremamente forte e pode ser usada para Stealth e até refletir tiros com certo montante de vida e armadura. Tirada diretamente de Thief.
- E a primeira arma que você encontra, as foices duplas, que são "Ok" no mínimo.
Como visto, é bem genérico com exceção da besta, a Riveter e as foices. As armas são muito boas porém realmente um arsenal mais único como a de Quake, DOOM e Blood seria melhor ao invés de algo genérico e "seguro".

Os inimigos variam bastante, de cultistas, cabras satânicas, espantalhos com Super Shotgun (até hoje não acredito que isso é um inimigo), ratos, soldados tirados diretamente de Half-Life, torretas, cavaleiros, Wendigos, soldadores que explodem após morrer, esqueletos magos flutuantes, um cachorro sem pernas que está preso em um carrinho de madeira (eu também não acredito que isso existe) e um ser contorcido, magrelo e com uma cabeça e boca desproporcional com olhos vazios nomeado apropriadamente de "Horror" que corre diretamente a você.
Os inimigos tem ataques bem previsíveis então não são difíceis, com alguns tendo mecânicas únicas para serem derrotados. Apesar disso, alguns são bem análogos com inimigos do DOOM, mas tão análogos que parece uma reskin, como os cultistas que são Imps, os esqueletos voadores que são Cacodemons, as "Cowgirls" que são os Cyberdemons, os soldadores que são Mancubus. Intencional ou não é meio sem criatividade, mas com uma grande variedade de inimigos em um jogo que justamente homenageia jogos como DOOM, é inevitável algo como isso ocorrer.

Os bosses são nada demais com exceção do último, apenas "atire até que morra" que fica tudo bem. Pelo menos são bem únicos e até alguns até inusitados e engraçados, como BIG JOHN!!!

Resumindo essa review gigantesca, é uma incrível homenagem aos FPS retros ou "Boomer Shooters" clássicos dos anos 90, porém adaptada com controles e conveniências modernas oferecendo algo único na base das referências dos jogos clássicos. A movimentação suave de Quake é dinâmica, simples e incrível, você nunca se sente devagar. As fases criativas e surpreendentes tem momentos e músicas memoráveis, brincando com a expectativa do jogador. O arsenal apesar de genérico é efetivo e satisfatório de usar contra os inimigos com designs únicos e até horripilantes.
É uma experiência que gostaria de ser revisitada e melhorada futuramente, com o anúncio da oficina certamente veremos mapas novos feitos pela comunidade e mal posso esperar por isso.

Thank you David Szymanski.
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